sábado, 30 de abril de 2016

NA FRENTE DO PORTÃO DA MINHA CASA


 E lá estava eu tomando aquela cerveja geladíssima e sentado de frente para a rua, sentindo a brisa do noite e pensando em que é que pode mais um sujeito querer da vida. Isso foi logo depois de foder a boceta dela falando as mais inescrupulosas cretinices em seus ouvidos e de eu ter tomado aquele banho gelado sem pressa nenhuma.
 Não sei cara, tem uns sujeitos que passam a vida toda pensando em trabalhar e acumular eletrodomésticos, produtos eletrônicos, imóveis, casas, empresas e carros e sei lá o que mais para que? Um homem não precisa de muito a não ser, é claro, se for muito vazio por dentro.
 E então ela vem e senta-se ao meu lado e começa com aquela mesma ladainha de sempre e por um momento eu penso, "e daí? eu também falo muitas bobagens de vez em quando". E durante algum tempo nós continuamos ali esfregando nossos pés uns nos outros e simplesmente relaxando e curtindo estar ali vivos e bem. Acho sinceramente de todo o meu coração que não preciso de muito mais do que isso.

                                                           
                                                           

                                                                                                                Morpheus

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