segunda-feira, 30 de julho de 2012

CAUSE PUZZLING YOU IS THE NATURE OF MY GAME

                                                               (para a mulher que expulsa demônios)

Venha à noite enquanto todos repousam
Ou na lucidez do dia maçante
Venha ser corruptora e amante
À revelia de todas daquelas que jamais ousam

Beba meu leite e desfrute minha embriaguez
Como uma fêmea no cio sediciosa
Em troca comerei sua carne saborosa
E nos tornaremos cúmplices outra vez

Beba meu leite, sorria, faça de conta que nada aconteceu
Então minta, engane, dissimule
Me beije, me abrace, me adule
Conte-me dos pecados todos que já cometeu

Me entregue sua alma sem receios;
Prometo guardá-la no meu próprio inferno
E sem promessas tolas de amor eterno
Ejacular com prazer em seus seios

Beba meu leite, sorria, jogue o cabelo do lado
Então desapareça por meses e depois volte
Me prenda entre seus lábios e depois me solte
Com toda a certeza do crime consumado

Ria comigo sem saber o motivo
Sem compreender o que eu digo,
Jogue a cabeça para trás rindo comigo
O indecifrável poeta ainda vivo

A posteriori nos permitamos um momento de ternura
Mas se falar de amor, não te conheço
E perambulando em silêncio anoiteço
Pelo infinito período de tempo onde a barafunda perdura

Deseje-me em silêncio e me toque com sinceridade;
Sua concupiscência é o meu melhor presente
Então brindemos essa tua vulva tão ardente
Que em lavas encerra toda e qualquer saciedade

Porém se queres saber do insodável
Estarás adentrando um labirinto de espelhos
Tudo que lhe restará será a derrota e de joelhos
Rogará para que seu erro seja perdoável

Obstante não escrevo para falar de certo e errado
Não devo lhe dizer o que fazer;
Sabes bem onde queres se meter
E o que desejas na loucura de um sexo indomado

Milhões de coisas ter lhe dito eu poderia
Angariar afagos e carinhos
E ignorar a mentira com beijinhos
Mas depois o que de nós se esperaria?

Entre nós só pode mesmo haver putaria
Assim são as coisas, guria gostosa
Por que gozar todo mundo goza
Mas nem todo mundo faz do gozo poesia

                                                                                        Morpheus

terça-feira, 10 de julho de 2012

A MORANGA



Ah, essa moranga tão poética...
é tão poética que não me remete à nada
e; por que me remeteria
a um sonho ou talvez um poema onírico?
É tão somente uma moranga mas...
macacos me mordam, que moranga!
Toda disforme e laranja
que remete-me à estupidez de encontrar
nela alguma poesia
Ou não seria estupidez
mas um incomum momento de singularidade?
Seria o que chamam de inspiração?
Estaria eu encantado e arrebatado
pela natureza estática de uma moranga?
Ou seria apenas um cérebro
e uma moranga...
Essa relatividade gritante
eu - a moranga - o poema

                                                      Morpheus