sábado, 30 de abril de 2016

NA FRENTE DO PORTÃO DA MINHA CASA


 E lá estava eu tomando aquela cerveja geladíssima e sentado de frente para a rua, sentindo a brisa do noite e pensando em que é que pode mais um sujeito querer da vida. Isso foi logo depois de foder a boceta dela falando as mais inescrupulosas cretinices em seus ouvidos e de eu ter tomado aquele banho gelado sem pressa nenhuma.
 Não sei cara, tem uns sujeitos que passam a vida toda pensando em trabalhar e acumular eletrodomésticos, produtos eletrônicos, imóveis, casas, empresas e carros e sei lá o que mais para que? Um homem não precisa de muito a não ser, é claro, se for muito vazio por dentro.
 E então ela vem e senta-se ao meu lado e começa com aquela mesma ladainha de sempre e por um momento eu penso, "e daí? eu também falo muitas bobagens de vez em quando". E durante algum tempo nós continuamos ali esfregando nossos pés uns nos outros e simplesmente relaxando e curtindo estar ali vivos e bem. Acho sinceramente de todo o meu coração que não preciso de muito mais do que isso.

                                                           
                                                           

                                                                                                                Morpheus

quarta-feira, 20 de abril de 2016

UMA XÍCARA DE CHÁ DE MAÇÃ


Tomo um gole
de minha xícara de chá de maçã
e olho para o nada
O infinito é uma manhã ensolarada
que me aquece os pés
O momento político exige reflexão;
mas... (e há sempre um mas)

O aroma e o sabor do meu chá;
ah...
que bela manhã eu tenho diante de mim!
Que importa
uma plêiade de equivocados?

Quando vejo o fundo da xícara
ao beber
sei da iminente chegada da morte



                                                                              Morpheus

sábado, 9 de abril de 2016

BEM QUISTO


Eu vou aonde sou bem quisto 
por isso jamais insisto 
nessa confluência desastrosa de corpos celestes minerais, 
nessa confraria lunática de gente bem, 
nessa reunião fingida e sofistica 
que se arrasta pelo tempo inquebrantável do fim de semana 

Eu só vou aonde sou bem quisto 
do contrário 
me esqueça, não mais existo 

Eu só vou aonde sou bem quisto 
aonde não me querem 
certamente não serei visto 


                                                Morpheus