domingo, 30 de julho de 2017

O PEIDO DA SALAMANDRA


O peido da salamandra
ecoou como um mantra subversivo
na mente dos brutos
que insistiram veementemente
em lutar sua luta louca

O jorro do pensamento
manchou a folha inocente
que dormia no calabouço escuro do limbo eterno

E a loucura tantas vezes suspeita
se mostrou inteira
como um punhal nas mãos de um assassino
pouco antes de cometer seu crime

O riso terapêutico e natural
formou-se aos poucos
enquanto os verdadeiros loucos
exerciam sua repetição cadenciada
nos lugares públicos alienantes

E o peido da salamandra
foi a torrefação inequívoca
de um poema errático                
que conclamou os corvos
provenientes do horizonte infinito



                                                                           Morpheus