quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DESENCONTRO


Procurei o poema no silêncio que a noite me entregou
e na manhã do dia seguinte...
não o encontrei

Procurei nos lugares onde o esquecimento é incolor
e as lembranças são de barro
mas não o achei

Saí para tomar um café
e procurei nos olhares
e no timbre das vozes
Perscrutei esquinas vulgares
entre diálogos atrozes
mas não encontrei estrofe, verso ou rima
Pensei mesmo
estar vivendo num mouco mundo de pantomima
por que nada encontrei

Então ao descaso me entreguei
por não achar resquício de poema
ou qualquer que fosse o estratagema
que conotasse
ou pudesse ser esboço
que me indicasse
a expressão de um colosso
literário que pudesse vir a ser um poema
Mas acho que me iludi demais...

Exigi demais dessa procura
e extrapolei a redundância que o permeia
Certamente me enganei, era para ser somente
poesia
lançada pela boca ao vento que me rodeia
e morrer nos ouvidos atentos que tristemente
perceberam que minha busca foi em vão,
pois não havia um poema então


                                                                               Morpheus

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