domingo, 19 de julho de 2015
UNÍSSONO PAÍS SEM DINASTIA
Sou rei,
meu império é o do silêncio
e reinar é calar-se e sentir a vida e a poesia
A quietude é o meu exercer domínio
e o meu domínio é saber
que nesta mansidão não é preciso senão
calar-se
e estar à mercê de meu feriado
A beira de cada hora
sentar-se à mesa como um digníssimo déspota
sem súditos nem arautos
mas com um reino todo a cada ato de
calar-se
e sentir a vida e a poesia
num uníssono país sem dinastia
Morpheus
sexta-feira, 10 de julho de 2015
A VERDADE DOS MEDÍOCRES
Nem sempre se é reconhecido pelo que se faz
e isto é fato tão comum e amiúde que; aliás
até atormenta
a mente
de todo aquele que supostamente
se julgue merecedor de alguma coisa
Tem-se aí o fomento da ojeriza
e da aleivosia que a ninguém nunca avisa
mas que chega fazendo estragos como um vendaval
mas a quem importa
o futebol, a novela, a popularidade, o carnaval?
Haverá de ser, certamente, um fator cultural
esse desinteresse pragmático,
e o meu papo de lunático...
Haverá de ser, certamente, coisa de desocupado
vagabundo, louco, bêbado, desorientado
pois eles é que sabem
que entendem
que conhecem
e que praticam
a eterna verdade dos medíocres.
Morpheus
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