terça-feira, 10 de janeiro de 2017

POEMA DE PRIMEIRO DE JANEIRO

Agora a massa de gafanhotos que esteve ativa nos últimos dias
dorme...

Nesta época tudo é muito estressante para eles
os supermercados abarrotam-se, as lojas se enchem,
a vida pulula numa sofreguidão sem sentido,
as mentiras sinceras são as coisas mais ditas
e eles consomem desenfreadamente por
nada...

Quer dizer, quase nada
É que o nada deles é diferente do meu nada,
o meu nada é só nada mesmo
o nada deles sempre tem alguma coisa

E agora
enquanto os fígados se regeneram,
os pratos com restos de comida exalam seu fedor,
os restos de bebida atraem outros insetos,
a bagunça na sala de estar não tem importância
e os peidos ecoam nos quartos fechados
eu faço um poema




                                                                  Morpheus

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